segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

DILMA TIRA O CHAPÉU PARA O AGRONEGÓCIO AO ANUNCIAR PLANO SAFRA DE R$ 136 BILHÕES

"Tem boiada aqui, tem boiada ali Tem boiada por todo esse sertão Tem tropa arriada nesse estradão Dá pra ver de longe pelo poeirão Toque de berrante tem madrinheiro Tem mula de trote, potro ligeiro Peão desgarrado sem paradeiro Esta é a vida de um boiadeiro Ei corre e cerca, atalha...É boi Que se não espalha...É boi E gado espalhado é trabalho dobrado (Boiada de Daniel)
Nos últimos anos o agronegócio brasileiro adquiriu uma importância incontestável para a economia do país, fato que fica muito bem ressaltado pelo destaque que vem sendo dado tanto pela presidente Dilma Rousseff, quanto pelos demais prováveis candidatos a presidente da República nas eleições de 2014. E isso fica evidente pela notícia publicada no Blog da presidente na data de 04.06.2013. Senão vejamos: “Ao anunciar o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/14, nesta terça-feira (4), que terá R$ 136 bilhões disponíveis, a presidenta Dilma Rousseff lembrou a importância do agronegócio para a economia do país: o Produto Interno Bruto do setor cresceu 9,7% no primeiro trimestre de 2013, quando comparado com os três meses anteriores. A presidenta ainda destacou o investimento em armazenagem e a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural, que vai possibilitar, segundo Dilma, que, em 10 anos, o Brasil se torne o maior produtor mundial de alimentos. “Lançamos o plano em um momento muito especial. Na semana passada, quando o IBGE divulgou os resultados do PIB no primeiro trimestre de 2013, mais uma vez os números da agropecuária impressionaram. Permitam me lembrar, a agropecuária cresceu 17% em relação ao primeiro trimestre de 2012, e 9,7% em relação ao quarto trimestre do ano passado. Eu não tenho dúvidas que a agricultura, neste ano de 2013, terá um crescimento excepcional, com grande aumento de produtividade”, afirmou Dilma. A presidenta ressaltou a importância do aumento dos recursos destinados aos médios produtores, que terão acesso a R$ 13,2 bilhões pelo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), para custeio, comercialização e investimento. Os limites de empréstimo também foram aumentados, passando de R$ 500 mil para R$ 600 mil, para custeio, e de R$ 300 mil para R$ 350 mil, para investimento. Outros dois pontos destacados são os investimentos em armazenagem, que totalizam R$ 25 bilhões em cinco anos, com juros de 3,5% e prazo de pagamento de 15 anos; e a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural, que terá o papel de disseminar as tecnologias desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e de trazer novas demandas dos produtores de volta. “Eu quero levantar os dois compromissos que eu assumi: o primeiro é a questão da armazenagem, e o segundo em relação à Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural. Dois elementos fundamentais para fazer avançar o agronegócio e a pecuária do nosso país. Para fazer avançar o que nós temos de melhor, que é essa característica da agricultura brasileira, ser extremamente produtiva, comprometida com o que há de mais avançado em matéria de conhecimento”, afirmou. Um fato, no entanto, chama a atenção. A presidente anunciou que destinará R$ 136 bilhões para o agronegócio para safra 2013/2014, no entanto, desse montante, tão somente R$ 13,2 bilhões serão canalizados para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Como se vê, a prioridade do governo ainda é o agronegócio para exportação. De qualquer modo, os produtores continuam otimistas com as promessas de modernização das lavouras, feitas por Dilma Rousseff.
E isso é possível assegurar pelas conclusões que se tira da matéria publicada no site da Revista Dinheiro Rural, cujo título é “Dilma Tira o Chapéu para o Agronegócio”. Na reportagem foi afirmado: “Reforma no campo: produtores se mostram otimistas com as promessas de modernização das lavouras brasileiras, feitas por Dilma Rousseff. As duas vitórias eleitorais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram recebidas com ceticismo pelo agronegócio brasileiro. Enquanto o setor aumentava sua participação na economia, não se vislumbrava uma saída para antigos problemas que afligiam o campo. Eleita presidente, Dilma Rousseff tem recebido uma acolhida bem mais amistosa dos produtores, apesar de não ter sido bem votada no Centro-Oeste.
Uma parte da receptividade positiva se deve aos números pujantes do setor. Outra, à expectativa de que a atividade no campo se manterá aquecida e que a sucessora de Lula desatará alguns nós históricos que travam o crescimento da agricultura nacional. O programa de Dilma traça um cenário ambicioso para o setor, com planos que a longo prazo deverão tornar a agricultura brasileira mais moderna, sustentável e competitiva, com políticas agrícolas para todos os segmentos. Para alcançar esse objetivo, um dos pontos-chave é ampliar a oferta de crédito para o médio produtor, que na avaliação da equipe de transição está em situação pior do que a dos pequenos e grandes, que já contam com fontes específicas. Outra prioridade é o fortalecimento da cadeia de distribuição, sustentada em empresas nacionais, bem como a criação de corredores logísticos e melhoria na malha viária. A meta é a liderança mundial na produção agrícola, elevando sua influência na formação dos preços das commodities em relação às tradings internacionais que hoje dominam o mercado brasileiro e têm mais influência sobre os preços do que os produtores. ‘O Brasil sabe plantar, agora precisa vender’, disse Alessandro Teixeira, coordenador-executivo do programa de governo. Como referência, cita os grandes frigoríficos brasileiros que, fortalecidos por aportes bilionários do BNDES, hoje detêm fatia significativa do mercado mundial de carnes. O maior obstáculo à meta é ampliar a produção nacional de insumos agrícolas e reduzir a dependência de fertilizantes importados, que representam cerca de 65% do consumido no País. A Petrobras já anunciou investimento de R$ 2 bilhões numa fábrica, mas não deve atender à demanda pelo produto. Há ainda a necessidade de se aprovar um novo marco regulatório para o setor mineral que obrigasse as empresas com autorização para explorar jazidas de potássio e fósforo – principais matérias-primas de defensivos – a efetivamente explorar suas reservas. Hoje o Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes, mas responde por apenas 2% da produção mundial. Mas a definição da nova legislação dependerá da aprovação do Congresso Nacional. ‘O Brasil está muito atrasado no combate a esse problema’, observa Cesário Ramalho da Silva, presidente da Sociedade Rural Brasileira.” Muito embora reconheçamos que o Brasil ainda não superou alguns obstáculos no que diz respeito ás questões afetas ao agronegócio, não podemos deixar de louvar os avanços alcançados nos últimos quarenta anos. Claro que se faz preciso ter uma preocupação maior com os segmentos menos favorecidos, como é o caso dos médios e pequenos produtores, que produzem basicamente para o mercado interno. É relevante se pensar ainda numa melhor política de distribuição de terras, como meio, inclusive para amenizar o grave problema do êxodo rural, que se acentuou drasticamente a partir da década de 1970.

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