quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

JUSTIÇA EM ATRITO: DESEMBARGADOR HUMILHA GARÇOM E DESPERTA REVOLTA DE POPULARES

"O café da manhã deste domingo na padaria Mercatto (Natal) foi movimentado. Segundo informação da própria padaria, o desembargador Dilermando Motta teria tratado mal um garçom e um cliente que não teria gostado do que vira, reagiu, travando uma briga entre os dois. O cliente gritou em defesa do garçom, afirmando que o desembargador havia humilhado o funcionário da padaria. Motta reagiu à reação do rapaz, e como é evangélico, disse que ele estava endiabrado." (www.blogcarlossantos.com.br).
Como já tivemos a oportunidade de afirmar noutro artigo que tratamos de matéria sobre o comportamento de Magistrados, a Justiça brasileira, por mais que critiquem, conta hoje, sem dúvida nenhuma, com bons Magistrados, salvo algumas exceções. A Justiça de hoje, indiscutivelmente, não é mais aquela de 20 (vinte) anos atrás. Infelizmente, como acontece com todas as demais categorias, ainda ocorrem situações lamentáveis e constrangedoras, levando a descrença um Poder do qual o Brasil tanto depende para a moralização da coisa pública e para a consolidação da democracia. Em razão disso, com pesar, divulgamos notícia encontrada no site www.pragmatismopolitico.com.br, dando conta de um episódio dos mais lamentáveis, envolvendo um Desembargador potiguar, que absurdamente humilhou um garçom por questões aparentemente banais, despertando revolta de populares. Vejamos a seguir a matéria encontrada no site a que nos referimos: "A arrogância de um magistrado e as redes sociais. Desembargador humilha garçom, abusa de poder e acaba 'linchado' nas redes sociais. O desembargador Dilermando Motta, futuro presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN), se envolveu numa confusão generalizada na manhã do último domingo, na Padaria Mercatto que fica no cruzamento das avenidas Nascimento de Castro com Romualdo Galvão, em Natal, tendo sido necessário a presença de quatro viaturas da Polícia Militar para conter os ânimos. O tratamento dispensado pelo desembargador ao garçom foi gravado em vídeo com celular pelos clientes e ganhou enorme repercussão nas redes sociais (vídeos abaixo). No dia 8 de janeiro, os clientes da Padaria Mercatto vão realizar um evento em defesa dos garçons. Dilermando Motta, que é evangélico, segundo inúmeros relatos dos clientes, teria destratado um garçom, que não aceitou e o respondeu. O desembargador deu voz de prisão ao garçom e chamou a Policia Militar para conduzi-lo para ser autuado na Delegacia de Plantão por desacato a autoridade. Os demais clientes da padaria se revoltaram com a atitude do membro do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte e teve início um grande bate boca. Uma senhora e um senhor saíram em defesa do garçom. O desembargador teria pego uma cadeira para se defender e dito que os dois estavam endiabrados. O senhor forte gritou com o desembargador e também terminou recebendo voz de prisão. Dilermando Motta ligou novamente para o comando da Policia Militar e exigiu a presença de mais 3 viaturas da Policia Militar para conduzir os presos. A revolta dos clientes da padaria aumentou. O reforço da Policia Militar chegou e os clientes da padaria e outras pessoas que estavam perto não deixaram os policiais militares conduzirem o garçom e nem o senhor forte que saiu em defesa dele." Leia abaixo o depoimento de Ricardo Sousa enviado ao blog do jornalista Luis Nassif. Essa matéria foi encontrada também no site www.pragmatismopolitico.com.br: "Bom dia, caro Luis Nassif. Sou leitor assíduo do seu blog e venho utilizar esse espaço para relatar um fato ocorrido em Natal (RN) no último domingo (29), que retrata com muita clareza o nível de afastamento que os juízes e desembargadores têm da realidade social e da boa convivência com a cidadania. Vamos ao fato. Domingo pela manhã, na ensolarada Natal, várias pessoas tomam café na padaria Mercatto, um dos mais bonitos e aconchegantes espaços para uma boa refeição matinal na minha cidade. Pessoas das mais variadas atividades se encontram no local. Nesse domingo, especialmente, a casa estava lotada, pois estamos em final de ano e vivemos uma época de reencontro e confraternização familiar.
Em uma das mesas encontra-se o desembargador Dilermano Mota, futuro presidente do TRE (Tribunal regional Eleitoral), juntamente com sua família e amigos. O filho do magistrado pede água, e o mesmo, gelo. O garçom, que procurava atender da melhor forma as várias mesas ocupadas, tenta cumprir sua missão. No entanto, a autoridade reclama que queria a água em copo de vidro e que ele não tinha trazido o gelo. O funcionário se afasta para refazer, ou melhor contornar o problema, e é seguido pelo desembargador, que, aos gritos, humilha o rapaz, exige que o mesmo olhe em seus olhos, afirma que é uma autoridade e que pode prendê-lo. E, na frente de todos, dá um show de autoritarismo, falta de educação, falta de respeito ao próximo e outros requisitos que são indispensáveis a um cidadão e fundamentais a um membro da Justiça.
Um cidadão que se encontrava à mesa vizinha se revolta com o fato, e imediatamente, intervém e protesta aos gritos, afirmando que não aceitaria esse tipo de humilhação a que estava sendo submetido o garçom. Nesse momento várias pessoas já filmavam o ocorrido e a situação ficava cada vez mais séria. O magistrado disse que iria prender o cliente, e chamou a polícia. Em pouco tempo quatro viaturas, isso mesmo quatro viaturas, vieram cumprir a missão. O desembargador, aos gritos, exigia ao oficial que prendesse o cidadão. No entanto, os clientes se rebelaram e, em coro, disseram que quem deveria ser preso era o senhor juiz, ao ponto de uma senhora abraçar o cidadão e afirmar ao policial: “se for prendê-lo, vai me prender também”. A cena de autoritarismo ocorria agora do lado de fora, onde o desembargador afirmava ao tenente que tinha sido desacatado ao mesmo tempo que o chamava de “cagão” por não cumprir sua ordem. Acuado, mas protegido por uma rede de cidadania, o cliente ficou dentro do estabelecimento e, com a ajuda de alguém, saiu do local. Aí, começou o outro lado da história. As deploráveis cenas se alastraram nas redes sociais, a sociedade se solidarizou com o senhor Alexandre Azevedo. Empresário de 44 anos, que só depois do ocorrido veio saber quem era a pessoa que tinha enfrentado. Recebeu apoio e emitiu uma nota, em que relata o fato. O desembargador sentiu o golpe da velocidade da informação e tentou se explicar, minimizando o ocorrido com o funcionário e atribuindo o ocorrido a forte reação e destempero do cliente. A padaria emitiu um comunicado vaselinado, em que disse tudo para ficar em cima do muro e não se comprometer. A comunidade natalense em peso apoia o garçom da Mercatto, que foi colocado de folga para descansar enquanto a poeira baixa. Mais um triste episódio protagonizado pelos imperadores da Justiça, que se acham mais importantes do que todos. No entanto, a sociedade a cada dia se revolta com essas atitudes, e reage mostrando que já não suporta esses atos."

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