sexta-feira, 7 de março de 2014

O AGRONEGÓCIO IMPULSIONA O PIB E FOMENTA A ECONOMIA BRASILEIRA



A Revista Exame, Ed. 1033, ano 47, nº. 21, de 13 de novembro de 2013, tem como matéria de capa: “O Brasil que dá certo: com cada vez mais tecnologia de ponta, a agricultura brasileira dá saltos de produtividade e empurra a economia. Como uma elite de fazendeiros está transformando o campo em referência mundial.” Isso de fato é verdadeiro, e não nos surpreende, como já tivemos a oportunidade de mostrar em vários artigos que publicamos no nosso blog.

Na reportagem que se inicia na página 31, a Revista começa informando que “Se há um setor em que o Brasil é incontestavelmente competitivo, esse setor é o agronegócio. O país é visto pelo restante do mundo como um dos principais provedores de alimentos no presente e no futuro. Trata-se de uma posição estratégica. Estima-se que em 2050 o mundo tenha de alimentar 9,1 bilhões de pessoas.

Por razões como essas, o agronegócio brasileiro está vocacionado para o mercado internacional.” Ninguém pense, no entanto, que esse sucesso que é hoje o agronegócio brasileiro nasceu de repente. O grande resultado que se colhe hoje é fruto de uma política agrícola que se iniciou na década de 1950 no segundo governo de Getúlio Vargas, que fez a reestruturação da CREAI – Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil e criou a CFP – Comissão de Financiamento de Produção, instituições que tiveram nos anos que se seguiram um papel dos mais importantes para a agricultura do país.

Os governos seguintes, como o de Juscelino - que levou a Capital Federal para o Centro-Oeste, investiu pesado na abertura de estradas e trouxe as primeiras montadoras de automóveis para o Brasil -, e o governo do presidente João Goulart que adotou medidas como a reestruturação do Ministério da Agricultura, a criação da Companhia Brasileira de Alimentos e a Superintendência Nacional de Abastecimento, ampliação da atuação da Comissão de Financiamento da Produção e autorização para que a SUNAB constituísse a CIBRAZÉM – Companhia Brasileira de Armazenamento, aliados aos incentivos dos Governos militares, foram preponderantes para o sucesso que é hoje o agronegócio brasileiro.

            Como se vê, os frutos que estão sendo colhidos hoje no campo e fomentando a economia brasileira nasceram e consolidaram-se ao longo de várias décadas, iniciando-se em 1950, sendo mais fortemente impulsionado na década de 1970, quando os Governos Militares ofertaram em abundância crédito rural subsidiado, seguro agropecuário e assistência técnica e assistência rural. E hoje temos como resultado o agronegócio altamente competitivo e impulsionando a economia do país, como bem noticiou notícia encontrada no site www.notíciasdapecuária.com.br. Senão vejamos:       

“De acordo com análise da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) a soja, milho e cana de açúcar são os principais responsáveis pelo crescimento de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no ano.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desempenho da safra de grãos e fibras, teve produção recorde de 186,7 milhões de toneladas, elevando o PIB agropecuário para R$ 234,6 bilhões.

Os produtos que mais contribuíram para a expansão da agropecuária foram a soja, que registrou safra recorde de 81,4 milhões de toneladas; milho primeira e segunda safra, que alcançaram 80,2 milhões de toneladas e a cana-de-açúcar, cuja produção totalizou 588,9 milhões de toneladas.”

Como já afirmado noutro artigo, o agronegócio brasileiro é hoje um sucesso indiscutível. Entre 1990 e 2013, a produção de alimentos quase que quadruplicou, saindo de uma produção de pouco mais de 57 (cinqüenta e sete) milhões de toneladas de alimentos para aproximadamente 200 (duzentos) milhões em pouco mais de duas décadas, sem levar em consideração que o Brasil tem hoje aproximadamente 210 milhões de cabeça de gado. Por todos esses dados que acabamos de apresentar, não temos dúvidas nenhuma de que hoje a economia brasileira e o equilíbrio da balança comercial dependem essencialmente do agronegócio. Vejamos o que encontramos no site  www.noticiasdapecuária.com.br:

“O setor agropecuário foi o principal responsável pelo aumento de 2,3% do PIB do país no ano passado, segundo o IBGE. Enquanto o PIB do agro aumentou 7%, o da indústria cresceu 1,3% e, dos serviços, 2%. Entretanto, em valores absolutos, o setor de serviços lidera com R$ 2.8 trilhões, seguido da indústria, R$ 1.021 trilhão.”




O processo de modernização das atividades do campo teve como principal elemento motivador o crédito rural subsidiado. Comentando a respeito, afirma Ribeiro (1988, p.93):

"A importância do crédito agrícola para o processo de modernização da agricultura pode ser avaliada, quando se comparam os valores do crédito concedido para determinados insumos e a soma total dos recursos gastos pelos agricultores em sua aquisição. Os dados disponíveis mostram que, em 1979, o valor do crédito para fertilizantes representou 90% do valor das vendas de fertilizantes no Brasil; o valor do crédito para defensivos representou mais de 75% do valor total das vendas de defensivos e os financiamentos creditícios para tratores representaram mais de 90% do valor das vendas das indústrias para o setor agrícola. O peso do amparo creditício na compra de insumo não pode ser desligado dos subsídios embutidos nos financiamentos, resultados de taxas reais de juros crescentemente negativas (em 1976 a taxa real de juros era de -24,3% passando para -43,1% em 1980)." 

É evidente que os avanços no setor rural brasileiro têm estreita relação com o crédito rural subsidiado. Muito embora o crédito rural subsidiado tenha sido o pilar de sustentação da política agrícola do regime militar, fizeram-se necessários outros mecanismos de incentivo, notadamente a assistência técnica e a extensão rural, a garantia de preços mínimos, transporte e armazenamento e seguro rural. Na década de 1970, muitos projetos foram criados com o objetivo de fomentar a atividade rural. E agora segundo notícia encontrada no site www.scotconsultoria.com.br, a possível realização de acordo com a União Europeia pode aumentar o comércio de agropecuários em até 30%. Vejamos o que diz a matéria: 

“Estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostram que um acordo de livre comércio entre Mercosul e a União Europeia (UE) poderia aumentar em pelo menos 30,0% a corrente de negócios entre Brasil e a UE. Durante reunião de Cúpula Brasil-UE, realizada na segunda, dia 24/2, em Bruxelas, na Bélgica, a presidente da CNA, Kátia Abreu, disse que o acordo de livre comércio será bom para a Europa e bom para o Brasil.”

            O Brasil ocupa atualmente uma posição de destaque no mundo como produtor rural e pode-se afirmar com muita segurança e propriedade que na atividade rural reside a solução para muitos dos problemas brasileiros. O país ainda tem um grande potencial produtivo para explorar, tendo em vista que dispõe de muita terra para cultivar e tem capacidade para aumentar substancialmente o rendimento das áreas atualmente plantadas, por meio de pesquisas, com melhoramento genético das lavouras, dos rebanhos de animais e pela mecanização do plantio, dos tratos culturais e da colheita. Depende ainda de melhores condições de infraestrutura como ferrovias, estradas de melhor qualidade e portos.



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