domingo, 30 de março de 2014

O AGRONEGÓCIO E O DESAFIO DAS ADVERSIDADES CLIMÁTICAS. EXCESSO DE CHUVAS PROVOCA REDUÇÃO DE 2,8% NA ÁREA PLANTADA DE MILHO EM MS





No Brasil, dada a sua grande extensão territorial e a diversidade de clima entre as regiões, não é novidade chover demais num determinado lugar, enquanto a seca assola outra região, como estamos vendo na atualidade. Nos últimos anos, por exemplo, o semiárido nordestino convive com uma das piores secas da história, enquanto isso os agricultores de Mato Grosso do Sul terminaram o plantio do milho safrinha com atraso em razão das fortes chuvas, que atrapalharam a colheita da soja, motivando a redução de 2,8% na área de plantação de milho em relação ao ano anterior. Vejamos notícia encontrada no site do Globo Rural:

“O trabalho na Fazenda Santa Paula, em São Gabriel do Oeste, região norte de Mato Grosso do Sul, deveria ter sido concluído no fim de fevereiro, mas o excesso de chuvas atrapalhou os planos do agricultor Jonis Asmann. 

Andando pela lavoura dá para perceber como a chuva obrigou o produtor a escalonar o plantio. Em uma mesma área é possível encontrar plantas em três estágios de crescimento. 

De maneira geral, o milho está se desenvolvendo bem, o que deixa o produtor tranquilo para aproveitar as oportunidades de negociação antecipada.

Nesta safra, o agricultor destinou 2,5 mil hectares para o cultivo do grão. De olho no mercado, decidiu comercializar 60% da produção, como forma de fazer preço médio. O restante só será negociado depois da colheita.”

            Por outro lado, o que nos alegra é que o uso da tecnologia no campo tem propiciado ganhos fantásticos em termo de produtividade. Segundo a Senadora Kátia Abreu, a produtividade no campo praticamente triplicou num período de 36 anos. Isso de fato é um feito que merece comemorações. Vejamos a matéria publicada no site da Sociedade Nacional de Agricultura sobre o assunto:
  
“Ao participar do Global Agribusiness Forum,  realizado esta semana em São Paulo, a senadora e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, disse que a produtividade agrícola do País quase triplicou nos últimos 36 anos, passando de 1.258 quilos por hectare para 3.507 quilos por hectare. 

‘Temos muito orgulho desses números e do que construímos nos últimos anos. Éramos importadores de alimentos e, agora, somos potência agrícola’, acrescentou. 

‘Há 40 anos, importávamos alimentos, as famílias comprometiam 48% do orçamento com alimentação. Hoje, estes gastos caíram para algo em torno de 14% a 20% do salário, graças ao aumento de produtividade que possibilitou acesso à comida barata e de boa qualidade. Com isso, sobrou renda para educar os filhos até a universidade, comprar eletrodomésticos, etc.’, afirmou.” 

            Esse fato é real. E com isso cada vez temos a certeza de que o Brasil é um país vocacionado para o agronegócio, apesar das adversidades climáticas e da ainda deficiente infraestrutura de estradas, ferrovias e portos. Segundo noticiou ainda o site da Sociedade Brasileira de Agricultura, esse bom desempenho do agronegócio deve-se ao emprego de tecnologia desenvolvida para o campo. Sem o emprego de novas tecnologias no campo, jamais conseguiríamos avanços tão significativos no agronegócio, a ponto de elevar o Brasil a categoria de grande produtor e exportador de alimentos. Vejamos o que dia ainda a noticia:        

“A senadora destacou que isso foi possível graças ao desenvolvimento de novas tecnologias. E exemplificou que, nos últimos 36 anos, a produção de grãos e fibras cresceu 296%, passou de 46,9 milhões para 187 milhões de toneladas, enquanto a produtividade expandiu 178% no mesmo período ,de 1.258 kg/hectare para 3.507 kg/hectare. A área plantada aumentou somente 42%,de 37,3 milhões para 53,3 milhões. 

‘O Brasil produz em apenas 27,7% do território nacional, preservando 61% do país com florestas e outros tipos de vegetação nativa’, ressaltou.
Segundo ela, através da aplicação de técnicas sustentáveis de produção, como rotação de culturas, agricultura de baixo carbono (plantio direto) e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), a agropecuária brasileira poderá ter um ganho de 70 milhões de hectares de área para a produção de alimentos, colhendo duas safras anuais. ‘Sem derrubar uma só árvore, aumentaria em 131% a produção de grãos e fibras, passando de 187 milhões para 432 milhões de toneladas/ano. Na pecuária, o volume de oferta de carne bovina saltaria de 9 milhões para 15 milhões de toneladas’, acrescentou.”

O que anima ainda os produtores de milho de Mato Grosso do Sul é que, apesar da redução da área plantada com o milho, os preços estão atraentes, fato que fez, segundo notícia publicada no Globo Rural, com que “o agricultor Sebastião Cruciol Filho também decidiu negociar metade da produção. Ao todo, 30% entraram no custeio de sementes, adubos e fertilizantes e outros 20% foram negociados em contratos futuros com cooperativas da região a um preço médio de R$ 18,50.”

Segundo levantamento da Federação de Agricultura do Estado de Mato Grosso do Sul, 12% da produção de milho já foi negociada até agora, tendo o Estado concluído o plantio com uma área de 1.420 milhão de hectares, queda de 2,8% em relação ao ciclo passado.
  

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