quinta-feira, 6 de março de 2014

RISCO DE APAGÃO PÕE EM XEQUE A REELEIÇÃO DA PRESIDENTE DILMA





A energia elétrica produzida no Brasil tem como principais fontes as hidrelétricas. Segundo matéria de autoria de Gauss M. Cordeiro e Mariz Menezes, professor titular da Universidade Federal de Pernambuco e engenheiro elétrico, respectivamente, a energia hidráulica representa 74,3% (setenta e quatro vírgula três por cento) de toda energia consumida no país, fato que o deixa numa dependência muita grande das chuvas. 
 
Segundo a Revista Exame, edição nº. 1060, ano 48, de 05 de março de 2014, p. 45, “Hoje, ninguém pode prever se haverá racionamento ou não. O que se sabe, porém é que a probabilidade de ele ocorrer está aumentando e, pior, passou do limite de 5% que os especializadas consideram aceitáveis. Em fevereiro, a probabilidade era de 18,5%, segundo relatório da PSR, empresa que desenvolve softwares para a operação do sistema elétrico de países escandinavos e do sistema de distribuição da Costa Leste americana. Ou seja, estamos expostos a um risco muito acima do aceitável. Seria vital, agora, diagnosticar as falhas e corrigi-las.” 

Como afirmaram ainda Gauss M. Cordeiro e Mariz Menezes, “... a matriz energética do País está completamente desbalanceada por conta da nossa elevada dependência da energia hidráulica, que apresenta um forte componente aleatório: a ocorrência de chuvas nas bacias que abastecem os reservatórios. Atualmente, nas 10 maiores usinas hidrelétricas em operação no Brasil, com exceção de Itaipu e Ilha Solteira, todas as demais têm níveis de reservatório baixos.” 

E de fato essa dependência quase que total da energia produzida em hidrelétrica deixa a economia brasileira numa situação um tanto quanto delicada, uma vez que nem sempre pode crescer fortemente dependendo da aleatoriedade das chuvas. Por sua vez, Gauss M. Cordeiro e Mariz Menezes entendem que o consumo de energia per capita no País ainda é muito pequeno, sendo imprescindível que dobre no curto prazo para promover o desenvolvimento sustentável, exigindo que todas as formas de energia no País cresçam, mesmo levando em conta seus aspectos positivos e negativos. 

            Não deixa de terem razão os mencionados especialistas. A questão é que no Brasil o Governo não consegue avançar nessa área com a velocidade necessária e desejada, tendo em vista a ocorrência de atrasos injustificados nas obras de construção de novas usinas e linhas de transmissão. Como muito bem frisou a Revista Exame, p. 45, “Ocorre que nem a seca nem o aumento do consumo deveriam pegar o governo de surpresa. Os sistemas elétricos são – ou deveriam ser – dimensionados para agüentar esse tipo de evento extremo. As vulnerabilidades do setor, atestam os analistas, são estruturais.”  
    
            Não podemos pensar num país seguro para atrair investimentos externos se não dispomos de um sistema energético suficientemente seguro. E de fato, segundo declarações de especialistas, não estamos imune a um possível racionamento, tal qual aconteceu em 2001, no Governo de Fernando Henrique Cardoso, com reflexos altamente negativos para a imagem e economia do país. 
  
            Segundo ainda a Revista Exame, “Passar por um racionamento de energia é um golpe duro para qualquer presidente, em qualquer lugar do planeta. Para Dilma Rousseff – que neste ano tem pela frente uma eleição e, antes disso, uma Copa do Mundo, evento que colocará o Brasil sob os olhos do mundo inteiro -, um racionamento seria ainda mais danoso. Embora seja impossível prever o impacto de um corte forçado no consumo de eletricidade, o que ocorreu em 2001, ano do racionamento decretado pelo então presidente Fernando Enrique Cardoso, ajuda a dar uma idéia.” 

            Ninguém deseja que o nosso país tenha um colapso no fornecimento de energia, obrigando o Governo a fazer um racionamento. No entanto, temos que ser realistas e aceitarmos como possível essa hipótese, que não está descartada, e já é admitida, inclusive, pelo próprio Governo, segundo matéria encontrada em 14 de fevereiro de 2014 no site www.odia.ig.com.br. Senão vejamos: 

“O Ministério das Minas Energia admitiu, em nota divulgada ontem durante reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que há risco de racionamento de energia no país em 2014. No documento, apesar de considerar ‘evento de baixíssima possibilidade’, o governo informa que, se ocorrerem problemas de vazões piores do que se verifica hoje, haverá ‘dificuldades no suprimento de energia no país’.
A mudança desse quadro, admite o texto divulgado ontem, dependerá de fatores climáticos, ou seja, de chuvas que sejam capazes de recompor os reservatórios das hidrelétricas. A nota foi lida pelo secretário de Energia Elétrica do Ministério das Minas e Energia, Ildo Grüdtner, que se recusou a responder a perguntas de jornalistas sobre o assunto. 

O Comitê admitiu ainda que a preocupação aumentou porque as chuvas, e o consequente volume de águas no reservatórios, ficou aquém do que era esperado. Segundo dados divulgados pelo órgão, desde o início do ano, as reservas ficaram em 54% da média histórica nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e de 42% no Nordeste.” 

            Como podemos ver, a hipótese de apagão não está descartada. E segundo as notícias que a imprensa segue divulgado, não há nenhuma garantia de chuvas para evitar um colapso no sistema energético do país. Pelo contrário, no Jornal Nacional de hoje, 06 de março de 2014, foi informado que o Sistema de Cantareira atingiu um limite crítico. Senão vejamos: 

“A estiagem na região Sudeste levou a reserva de água no Sistema Cantareira, que abastece quase nove milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo, ao pior nível dos últimos 40 anos.
O sistema opera hoje com 16% da capacidade. Desde que foi criado, em 1974, o nível nunca foi tão baixo. 

Para evitar um racionamento, o governo de São Paulo anunciou que vai diminuir em 11% o volume de água captado do Sistema Cantareira. E compensar com água de outros dois sistemas: Guarapiranga e Alto Tietê.” 

            Em assim sendo, a reeleição da presidente Dilma corre um sério risco, uma vez que, além das dificuldades na economia, tem pela frente o risco de um racionamento de energia, o que, por certo, seria péssimo para o seu futuro.     

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