domingo, 27 de abril de 2014

CORRUPÇÃO DESENFREADA E SEM REMORSOS. LABORATÓRIO DE DOLEIRO MANDOU US$ 113 MILHÕES AO EXTERIOR.

            Por mais que o sujeito tente esconder as suas falcatruas, quando a Polícia faz uma investigação profunda e bem feita, acaba descobrindo o caminho dos desvios. E, graças ao trabalho de profissionais dedicados, parece que aos poucos estão surgindo os rastros deixados pelos corruptos que saquearam a principal empresa brasileira, a Petrobras. Isso é bom. Precisamos “passar a limpo o nosso país, doa a quem doer”, como muito bem já dizia Boris Casoy. Além de tudo que já se sabia, descobre-se agora que o doleiro Alberto Youssef enviou US$ 113,38 milhões, entre janeiro de 2009 e dezembro de 2013, através do laboratório Labogen. Vejamos a seguir a notícia encontrada no site http://atarde.uol.com.br:

“O laboratório Labogen, controlado pelo doleiro Alberto Youssef, lavou US$ 113,38 milhões, entre janeiro de 2009 e dezembro de 2013. O poderio do esquema foi descoberto com a quebra de sigilo bancário e fiscal da empresa no âmbito da Lava Jato - operação deflagrada pela Polícia Federal em 17 de março, que derrubou organização criminosa liderada por Youssef e seu aliado principal, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás. 

O sofisticado esquema do ‘laboratório lavanderia’ desprezou o surrado modelo dólar cabo - transferência virtual de valores para paraísos fiscais - e deu lugar ao uso de contratos de câmbio para importações fictícias de medicamentos. O dinheiro foi parar na China.” 

            As denúncias sobre as falcatruas do laboratório Labogen, que de laboratório só tem mesmo o nome, há muito já vinha sendo denunciada pela Revista Veja. O que não se sabia até agora era a lavagem de tamanha soma de recursos, usando de meios escusos. Aliás, como muitas outras coisas erradas que são feitas no nosso país. A reportagem encontrada no site   http://atarde.uol.com.br informou ainda:

“A Lava Jato descobriu que o laboratório firmou 1.945 contratos de câmbio em nome de duas coligadas, a Labogen Química Fina e Biotecnologia e a Indústria e Comércio de Medicamentos Labogen.
A primeira realizou 1.294 operações, que somaram US$ 75,31 milhões. A outra efetuou 651 "transações de papel", ao valor global de US$ 38,07 milhões.

A lavanderia pode ter ocultado dinheiro sujo em volume ainda maior, alcançando a cifra máxima de US$ 184,44 milhões em quatro anos. A Procuradoria da República descobriu que as contas de outras três empresas foram utilizadas para movimentar recursos que o laboratório do doleiro amealhou por meio de contratos superfaturados em órgãos públicos.

Essas três empresas - Hmar Consultoria em Informática, GFD Investimentos e Piroquímica Comercial (fabricante de produtos farmacêuticos) - fecharam naquele período 991 contratos de câmbio para remessa de mais US$ 71,06 milhões para a China.” 

            Como é possível ver, os valores desviados são assustadores. E isso fica provado pela simples amostra do montante enviado indevidamente para o exterior. Com esse tipo de administradores não havia mesmo como a Petrobras não ir para o buraco. Isso é de uma imoralidade inominada. Quando o povo pensava que com a descoberta dos desvios do mensalão as coisas deveriam melhorar, eis que surge esse outro esquema que supera em muito aquele outro. É por isso que tanto falamos da célebre frase do Grande Mestre Rui Barbosa, quando afirmou que "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." Nunca vimos nada tão verdadeiro quanto isso, infelizmente. A nossa preocupação agora é com os devidos esclarecimentos desses fatos, de modo que o Ministério Público disponha de elementos para montar uma peça de denúncia capaz de ensejar a condenação de todos os envolvidos. Segundo ainda o Jornal A Tarde: 
  
“A PF e a Procuradoria da República querem identificar os beneficiários reais do dinheiro ilícito aportado em contas de doleiros de Hong Kong e Taiwan, praças escolhidas pelo laboratório para avançar o ciclo da lavagem.

O laboratório é o foco central da Lava Jato porque liga o doleiro ao ex-diretor da Petrobrás - ambos presos em março - e ao deputado paranaense André Vargas, que anunciou na sexta-feira sua desfiliação do PT após pressão dos próprios colegas de partido. 

O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT, é citado na Lava Jato. Usando o laboratório como carro-chefe, o doleiro tentou obter contrato milionário no Ministério da Saúde, amparado em um programa de parceria da pasta.

No grampo da PF, Vargas - que só pode ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal por ser deputado - disse que Padilha indicou o executivo Marcus Moura para atuar no Labogen. O ex-ministro nega relações com o doleiro e rechaça a versão de que recomendou um profissional para o laboratório. O ministério diz que não celebrou contrato com o Labogen.”

            Pelo desenrolar dos acontecimentos, percebe-se que muita coisa ainda tem para ser esclarecida. E sem sombra de dúvida, vários outros nomes ainda deverão surgir no curso das investigações. E a depender do que vier a surgir, poderemos ter sérios reflexos nas eleições de 2014, considerando que tudo leva a crer que muito dinheiro do esquema serviu para financiar partidos e políticos da base aliada.  E segundo notícia encontrada no site globo.com, o problema não está restrito tão somente à Petrobras. Há indícios também de que muita coisa errada andou acontecendo no Fundo de Pensão dos funcionários da empresa. Senão vejamos:     

“Enquanto a ingerência política mergulha a Petrobras numa das maiores crises de sua História, o fundo de pensão dos funcionários da estatal, a Fundação Petros, vive dias turbulentos pelos mesmos motivos. Pela primeira vez em dez anos, as contas da entidade foram rejeitadas por unanimidade por seu conselho fiscal. Nem mesmo os dois conselheiros indicados pela Petrobras no colegiado de quatro cadeiras recomendaram a aprovação das demonstrações financeiras de 2013, que apontaram um déficit operacional de R$ 2,8 bilhões no principal plano de benefícios dos funcionários da estatal e um rombo que pode chegar a R$ 500 milhões com despesas de administração de planos de outras categorias. Mesmo assim, as contas foram aprovadas no órgão superior da entidade, o conselho deliberativo, abrindo uma crise interna no fundo.”

            Com isso fica evidente que muitas outras coisas ainda estão por vir à tona. E isso, com certeza, é motivo de grande preocupação para os dirigentes do PT, que sabem que esse fato poderá trazer sérias conseqüências para o pleito eleitoral de 2014.    
               


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