sábado, 30 de agosto de 2014

OS CRÉDITOS CONSIGNADOS, QUE FOMENTARAM A ECONOMIA NA ERA LULA, CONTRIBUIRAM PARA ATROFIAR O PIB NO GOVERNO DA PRESIDENTE DILMA.


        
 O crédito bancário tem um grande efeito multiplicador. E é simples a explicação. Quando um banco concede um financiamento a um cliente, o dinheiro, quase que totalmente, retorna ao sistema financeiro, dando ensejo a sucessivos empréstimos. Segundo especialistas, dependendo do índice aplicado aos depósitos compulsórios, o dinheiro pode se multiplicar entre quatro e cinco vezes. A isso dá-se o nome de Moeda escritural, que é uso dos depósitos bancários como meio de pagamento. É representada pelos depósitos à vista nos bancos ou instituições de crédito, e que se encontrem à livre disposição dos seus depositantes. Fazem parte dos meios de pagamento da economia e permitem a realização de transações sem a necessidade da utilização de moeda (papel-moeda ou peças metálicas). 

         Partindo-se dessa premissa, facilmente se conclui que num primeiro momento a febre dos créditos consignados teve grande repercussão na economia. Primeiro porque, como se trata de uma modalidade de financiamento de retorno garantido - já que as parcelas são descontadas diretamente dos vencimentos do servidor público, da ativa ou aposentado -, deu ensejo para que houvesse uma grande oferta de crédito por parte dos bancos. Por outro lado, como as taxas de juros são menores de que as oferecidas para outras modalidades de empréstimo, igualmente estimulou a procura pelos potenciais tomadores. 
    
         Por todas essas razões, nos primeiros anos após a criação dessa modalidade de negócio, muito dinheiro circulou na economia brasileira, fomentando a indústria e o comércio, fato que contribuiu para os bons índices de crescimento do PIB no Governo do presidente Lula. Após, no entanto, terem as famílias se endividado, e chegado o momento de devolver o que levantaram nos bancos, acrescido dos encargos de praxe, inverteu-se a situação, considerando que em vez de entrar dinheiro no mercado para irrigar a economia, passou a houver a retirada, já que diminuiu o poder de compra da classe assalariada, que hoje, mais do nunca se encontra  empobrecida. Enquanto isso, os bancos lucram como “nunca se viu na história deste país”, segundo costuma falar o ex-presidente Lula. Segundo notícia encontrada na Wikipédia, os nossos políticos não satisfeitos com o estrago que já causaram, pretendem ainda expandir ainda essa modalidade de financiamento. Senão vejamos: 
   
“Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 4010/12, do deputado André Figueiredo (PDT-CE), a qual visa atualizar as regras de contratação de empréstimo consignado por trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e por servidores públicos. Entre as propostas está o direito de o empregado escolher entre três instituições consignatárias, no mínimo, e o direito de transferir seu empréstimo de uma instituição financeira para outra. Além disso, mantém o limite de comprometimento da renda em até 30% do salário do trabalhador, não obstante especifica que o cálculo da renda não poderá considerar os descontos obrigatórios instituídos por lei ou determinados por decisão judicial. As instituições financeiras terão de manter uma política de publicidade, informando sobre alterações na taxa de juros, bem como disponibilizando material publicitário para esclarecer e conscientizar os interessados na obtenção do crédito em consignação sobre o percentual de juros, o número de parcelas, o valor tomado como exemplo de empréstimo e também sobre os riscos do superendividamento. 

Em relação às consignações dos benefícios previdenciários, a regulação está concentrada na Instrução Normativa n. 28 do Ministério da Previdência Social e suas alterações, que buscam estabelecer critérios para as consignações nos benefícios previdenciários, disciplinar sua operacionalização entre o INSS, as instituições financeiras e a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social - Dataprev, simplificar o procedimento de tomada de empréstimo pessoal e cartão de crédito e possibilitar a redução dos juros praticados por instituições financeiras conveniadas.”

         Com a nossa longa experiência no mercado financeiro, nunca vimos com bons olhos o endividamento da classe trabalhadora. Situação semelhante ao que aconteceu agora, tivemos no período do Regime Militar em relação aos produtores rurais. E como consequência, entre meados da década de oitenta e metade da década de noventa, o agronegócio brasileiro passou por uma das maiores crises da sua história. Tomara que os nossos governantes passem a pensar menos neles e mais no destino do povo brasileiro.

Nenhum comentário: