domingo, 30 de novembro de 2014

REINA NO BRASIL A CULTURA DE LEVAR VANTAGEM EM TUDO. QUADRILHA ACUSADA DE FRAUDAR VESTIBULARES E PROVAS DO ENEM USAVA TECNOLOGIA DE PONTA, QUE SEQUER A POLÍCIA CONHECIA




"Chefes da quadrilha ostentavam luxo conquistado com fraudes. Polícia monitorou viagem de suspeito para comprar equipamentos na China." (Site do Fantástico).


O que vimos no Fantástico de 30 de novembro de 2014 é de envergonhar qualquer cidadão de bem. É uma lástima. São fraudes em provas de vestibulares e ENEM, são propinas pagas a policiais para que possam comandar jogos de caça níqueis sem ser perturbado, vereadores e prefeito surrupiando dinheiro do Município, dentre outros. 

Segundo a Wikipédia, “Na cultura midiática brasileira, a Lei da Vantagem ou Lei de Gerson é um princípio em que determinada pessoa ou empresa deve obter vantagens de forma indiscriminada, sem se importar com questões éticas ou morais (princípio seguido por uma parcela de agências e publicitários, que recebem pagamento por anúncios ou premiações pelo trabalho realizado, mas não querem se responsabilizar caso o efeito da divulgação cause transtornos ou danos, eximindo-se de culpa e a transferindo para o anunciante ou para o público, como ocorreu nesse caso com a agência responsável, o que não acontece no caso de premiações, caracterizando como dissimulados praticantes da Lei da Vantagem). A 'Lei de Gérson' acabou sendo usada para exprimir traços bastante característicos e pouco lisonjeiros do caráter midiático nacional que passa a ser interpretado como caráter da população, associados à disseminação da corrupção e ao desrespeito a regras de convívio para a obtenção de vantagens.” Sobre as fraudes no ENEM e em vestibulares, confiram informações do Fantástico:

“Mais de 6 milhões de candidatos prestaram o Enem este ano. No meio dessa turma, são tantas histórias de esforço, de sacrifício, de realização, mas também tem história de pilantragem.

Áureo Moura Ferreira é um dos chefes da quadrilha que ostentava o luxo conquistado com fraudes em vestibulares de Medicina e no Enem.

Carros importados, mansões, muito dinheiro. Um esquema milionário desarticulado nesta semana. Vinte e dois estudantes foram presos ao sair do vestibular de uma faculdade particular de medicina, em Belo Horizonte.

Eles tinham uma vantagem sobre os outros candidatos: podiam ouvir uma voz enquanto faziam a prova. Era o gabarito. Eles usavam um aparelho no ouvido: um micro ponto eletrônico fornecido pela quadrilha.

‘Um grupo que se dedicava, com um grau de sofisticação e desenvolvimento tecnológico, que até então nós não conhecíamos, a lotear de 20 a 40% das vagas nos vestibulares de medicina nos quais eles atuavam’, destaca o promotor de Combate ao Crime Organizado, André Luís Pinho.

No padrão alto luxo, a transmissão dos gabaritos era feita de dentro de um carro, que ficava estacionado perto do local das provas. Os vidros são escuros e espessos. O veículo é blindado. O rádio fica escondido. Com ele, é possível escolher uma frequência exclusiva e bloquear outros sinais para evitar interferência. A partir de uma denúncia anônima desde abril, a polícia vinha monitorando os integrantes da quadrilha e conseguiu registrar fraudes em cinco vestibulares: o de Belo Horizonte e outros quatro, em São Paulo, tudo em um mês.

Os investigadores filmaram e fotografaram a ação do grupo. A imagem do vídeo acima registra o carro blindado sendo estacionado em frente a um hotel na capital paulista. Áureo Ferreira desce com uma mochila e uma sacola na mão. Pouco depois, chega uma caminhonete branca. Quem desce do carro é outro chefe da quadrilha, segundo a polícia: Carlos Roberto Lobo Leite. Áureo entra no hotel com uma caixa na mão, cheia de eletrônicos, de acordo com as investigações.

Era o dia 18 de outubro passado, véspera de um vestibular de Medicina em São Paulo. No hotel, estavam os chamados "pilotos", estudantes universitários contratados para resolver as questões das provas rapidamente e sair para repassar o gabarito aos candidatos que pagavam à quadrilha. De acordo com a investigação, Áureo Ferreira e Carlos Lobo cobravam até R$ 100 mil pelos gabaritos de vestibulares de medicina.

A quadrilha tinha um manual, entregue aos candidatos que pagavam pela fraude. As respostas das questões eram passadas em códigos. Sequências de números correspondiam a letras pré-determinadas. Um gabarito apreendido tinha anotações feitas por um "piloto". O manual apresenta regras que os candidatos deviam seguir: ‘não mascar nada. O movimento da boca pode provocar pressão no canal do ouvido, fazendo com que o ponto eletrônico folgue e fique visível. O que você escuta, anote sempre. Depois traduza e transcreva para o exame.’

A polícia monitorou uma viagem de Áureo Ferreira à China, em setembro deste ano, para comprar os equipamentos. Na casa dele, em Teófilo Otoni, Minas Gerais, e na de Carlos Lobo, no Guarujá, São Paulo, foram encontradas centenas de pontos eletrônicos e transmissores.

O que chamou a atenção da polícia foi a tecnologia dos equipamentos. Um transmissor que parece um cartão de crédito, por exemplo, funciona como um celular. Recebe ligações e transmite o áudio para um ponto eletrônico, como um fone de ouvido. Com os equipamentos, no último exame do Enem, a quadrilha pode transmitir por telefone as respostas das questões para candidatos que podiam estar em qualquer parte do país. Bastava que houvesse sinal de celular.

Um estudante de Direito e estagiário no Ministério Público em Montes Claros, norte de Minas, foi preso e confessou o esquema. Vanil Vasconcelos Júnior disse, em depoimento, que a fraude no Enem foi na cidade de Pontes e Lacerda, em Mato Grosso.

‘A polícia afirma que realmente houve fraude no último exame do Enem no Brasil’, diz Jeferson Botelho, delegado geral da Polícia Civil.

O advogado de Áureo Ferreira e Carlos Lobo afirma que eles confessam a fraude. Mas minimizou a participação dos dois no esquema.

‘Assumem que eram líderes, mas não na proporção em que se quer chegar’, diz o advogado Délio Gandra.”

Ainda bem que segundo a notícia do Fantástico, “Até agora, doze suspeitos de integrar a quadrilha foram presos. Com eles foram apreendidos documentos falsificados, listas de vestibulares que teriam sido fraudados e extratos bancários que comprovariam o pagamento à quadrilha feito por candidatos. Só numa agenda são mais de 160 nomes de estudantes que teriam sido aprovados.” Esperamos que a Polícia e Justiça se debrucem sobre esse caso e punam os verdadeiros culpados. Isso não pode continuar.

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