domingo, 28 de dezembro de 2014

OPERAÇÃO LAVA-JATO. CAMARGO CORRÊA NEGOCIA UM ACORDO COM O MINISTÉRIO PÚBLICO




            Segundo vem sendo divulgado pela imprensa, a Construtora Camargo Corrêa, um gigante da construção civil, está negociando os termos de um acordo de leniência, como é chamado, com o Ministério Público. Caso o acordo seja concretizado, teremos mais uma grande reviravolta no caso da Operação Lava-Jato. O que muitos talvez não saibam é que a construtora só está buscando a negociação porque alguns dos seus principais executivos foram presos, e a sua imagem tem sofrido sérios arranhões. Eis aí mais um dos grandes méritos do Juiz Sérgio Moro, que não teve medo de decretar a prisão de grandes empresários. A respeito do assunto, confiram o que encontramos no Blog do Josias:               

“A inédita passagem de executivos das maiores empreiteiras do país pela carceragem da Polícia Federal está prestes a produzir uma revolução nos costumes político-empresariais do país. Gigante do setor da construção pesada, a Camargo Corrêa negocia com o Ministério Público Federal os termos de um acordo de leniência, como são chamadas as delações premiadas de empresas. Significa dizer que o bloco das grandes empreiteiras, antes monolítico, pode trincar.

Deve-se a informação aos repórteres Bela Megale e Alexandre Hisayasu. O que se discute é a troca de benefícios judiciais por confissões. A Camargo teria de admitir as suas culpas e dedurar as culpas alheias, expondo um pouco mais as entranhas do cartel que fraudou licitações bilionárias e abastecia o propinoduto instalado na Petrobras e em outros guichês do Estado brasileiro.”

            Se não fosse a decretação das prisões dos altos executivos dessas grandes empresas, com certeza nunca chegaríamos a lugar nenhum. Felizmente o processo foi distribuído para um Magistrado honesto, corajoso e competente, que imprimiu uma dinâmica aos acontecimentos capaz de redundar em resultados positivos, como já estamos vendo. Segundo ainda o Blog do Josias:

“Até aqui, apenas a Toyo Setal, uma empresa secundária do setor, topara colaborar com os investigadores. O novo acordo, se confirmado, colocará o curto-circuito noutra voltagem, bem mais próxima de uma explosão do tipo salve-se quem puder. Dois advogados da Camargo confirmaram aos repórteres a abertura da negociação com os procuradores que tocam no Paraná a Operação Lava Jato. As conversas serão retomadas após os festejos do Ano-Novo.

A Lava Jato engolfou 16 empreiteiras. Duas dezenas de executivos foram presos em novembro. Onze continuam na cadeia. Entre eles três da Camargo Corrêa: Dalton Avancini, diretor-­presidente; João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração; e Eduardo Leite, vice-presidente. A empreiteira já teria topado admitir sua culpa nas fraudes. Básico nesse tipo de acordo, um compromisso da Camargo com a verdade não seria pouca coisa.


Basta recordar que Marcelo Odebrecht, mandachuva da co-irmã Norberto Odebrecht, havia se referido às revelações do delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, como uma ‘denúncia vazia de um criminoso confesso’. De uma investigação que já conta com uma dúzia de delatores, incluindo um petrogerente com US$ 97 milhões entesourados na Suíça, pode-se dizer muita coisa, menos que é vazia. A colaboração da Toyo Setal tornou o caso mais denso. Um acordo com a Camargo ajudaria expor o oco das palavras do doutor Odebrecht.”

            Com o rumo que a operação está tomando, é até possível imaginarmos que o desfecho desse episódio da Petrobras seja um marco na história do Brasil. Se a Justiça tiver um bom desempenho no caso - conseguindo a recuperação dos recursos desviados e levando para a cadeia todos os envolvidos -, sem dúvida nenhuma o reflexo disso será extremamente salutar para o futuro do nosso país.

Nenhum comentário: