domingo, 7 de dezembro de 2014

PESQUISA DATAFOLHA MOSTRA QUE 68% RESPONSABILIZAM A PRESIDENTE DILMA POR CORRUPÇÃO NA PETROBRAS





 No Brasil existem algumas coisas difíceis de serem compreendidas. E uma delas diz respeito à percepção do brasileiro em relação à corrupção. Em pesquisa realizada pelo Datafolha entre 02 e 03 deste mês de dezembro de 2014, 68% dos entrevistados responsabilizam a presidente Dilma pela corrupção na Petrobras.

            Por outro lado, apesar de todas as revelações da Operação Lava Jato e de entenderem as pessoas entrevistadas que a presidente tem responsabilidade no caso, a imagem dela não foi afetada, ou seja, continua tendo o mesmo índice de aprovação que tinha em 21 de outubro deste ano, antes das eleições. Segundo ainda a pesquisa Datafolha, 50% do eleitorado ainda acredita que a presidente fará um bom governo no segundo mandato.

            E um fato interessante é que os brasileiros hoje estão menos preocupados com a corrupção de que em junho deste ano. Em junho 14% dos entrevistados viam a corrupção como o principal problema do Brasil. Hoje tão somente 9% revelaram essa preocupação, ou seja, ou povo é insensível ao problema - o que é ótimo para os corruptos -, ou simplesmente já se entregaram, acreditando que não vale a pena lutar pela causa. Outro dado relevante é que 40% acham que nunca houve tanta punição para os corruptos como agora nos governos do PT. Vejam o que diz notícia encontrada no site do Diário do Nordeste:
           
“As reiteradas denúncias de corrupção contribuem para reforçar a descrença da sociedade com a política, enquanto diversas instituições tentam avançar em discussões para garantir o efetivo combate ao problema. Apesar de progressos alcançados na legislação e da maior pressão popular para a abordagem do tema, a percepção de especialistas é que o Brasil ainda sofre com diferentes obstáculos que impedem o País de se distanciar da cultura corrupta.

Na última semana, o Brasil conseguiu subir três posições no Índice de Percepção da Corrupção, ranking divulgado pela organização Transparência Internacional, passando da 72ª colocação para o 69º lugar de um total de 175 nações. O índice brasileiro passou de 42 para 43, em uma escala que vai de 0 a 100 – em que 0 significa muito corrupto e 100 livre de corrupção.

O problema, segundo o estudo, é que Brasil ainda fica atrás de países sul-americanos como o Chile e o Uruguai. De acordo com o relatório, o País deveria fazer uso positivo de sua influência como líder geopolítico, mas mostra sinais de estagnação e até de atraso ao permitir o abuso de poder e o desvio de recursos em benefício de poucos.” 

            O fato é que ainda estamos muito longe de uma solução para esse grave problema que tanto afeta o desempenho do nosso país. A questão é o que fazer para avançarmos no sentido de combatê-lo. Com certeza essa não é uma tarefa fácil. Muitos especialistas já se debruçaram sobre o assunto, mas, como estamos vendo, pouco evoluímos. Vejamos ainda o que diz o Diário do Nordeste:

“O cientista político Francisco Moreira, da Universidade de Fortaleza (Unifor), acredita que o Brasil tem protagonizado um momento importante de preocupação com o combate à corrupção, mas ressaltou que esta se torna uma tarefa difícil na medida em que o problema está incrustado na cultura da sociedade brasileira, desde as relações mais simples do dia a dia até as mais complexas. ‘Enquanto você tem uma sociedade corrupta, o combate é muito mais difícil’, avalia.

Moreira defende que a sociedade precisa entender que a corrupção deve ser combatida em todos os níveis, tanto no espaço público quanto na esfera privada. ‘Falta a sociedade começar a entender e agir contra a corrupção. A corrupção está muito ligada à falta de respeito ao direito do outro. Há avanços nesse sentido, mas todos os dias você vê pessoas flagradas por práticas de corrupção. Isso é uma coisa que está arraigada’, lamenta.

Para o professor, é necessário se preocupar com a formação cívica ainda nas escolas para combater a cultura da corrupção no País. ‘Esse combate da forma como está acontecendo pode até trazer resultados, mas eles só serão reais quando fizermos mudanças a partir da educação. Hoje, a grande maioria das escolas estão preocupadas muito mais com a formação dos alunos para o mercado do que com a formação cidadã’, destacou.
           
            No nosso entender o professor tem razão. Se queremos ter uma sociedade melhor no futuro, precisamos começar a trabalhar o aluno logo no início da sua vida escolar. Se fizéssemos um trabalho nesse sentido, acreditamos que as próximas gerações poderiam ter uma cultura diferente. Segundo ainda o professor Moreira, para que avancemos nesse campo, faz-se necessário darmos uma melhor formação cívica ao brasileiro. Isso também é verdadeiro.    

Em razão desses graves problemas de percepção dos males da corrupção, mesmo que se tenha uma legislação boa - o que não é o nosso caso hoje -, dificilmente alcançaremos bons resultados no combate à corrupção.

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