quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA DEFENDE A SUBSTITUIÇÃO DA DIRETORIA DA PETROBRAS



"Rodrigo Janot fez críticas à gestão da Petrobras e comparou as denúncias de corrupção na empresa a um incêndio de grandes proporções." (Site do Jornal Nacional).
Em razão de tudo que aconteceu com o episódio do mensalão e de tudo que estamos vendo agora com a comprovação de desvios de grandes somas de recursos da Petrobras, a sensação que temos é que estamos no fundo do poço, sem ninguém por perto para nos salvar.

Não há mais como não externarmos a decepção do povo brasileiro com os nossos parlamentares, notadamente com as tramoias entre estes e o Executivo, como comprovado no caso do "Mensalão" e agora no caso da Lava Jato. Não é possível aceitar que um Congresso, que é escolhido pelo povo para representá-lo, sirva de instrumento de desvio de dinheiro desse mesmo povo. Confessamos que não temos palavras para manifestar a nossa revolta, que esperamos seja compartilhada com a maioria dos brasileiros decentes e honestos. Chega de tanto abuso. De fato tinha razão o grande estadista francês, Charles de Gaulle, quando afirmou certa vez que "O Brasil não é um país sério." Sobre as declarações do Procurador-Geral da República, confiram o que encontramos no site do Jornal Nacional:
           
“O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez nesta terça-feira (9) muitas críticas à gestão da Petrobras e disse que espera que a diretoria seja substituída.

No Dia Internacional de Combate à Corrupção, o procurador-geral da República disse que há motivos para o país lamentar.

‘O Brasil ainda é um país extremamente corrupto. Estamos abaixo da média global, rateando em posições que nos envergonham e nos afastam de índices toleráveis’, disse Rodrigo Janot.

E afirmou: ‘Corruptos e corruptores precisam conhecer o cárcere e precisam devolver os ganhos espúrios que engordaram suas contas, à custa da esqualidez do Tesouro Nacional e do bem-estar do povo. A corrupção também sangra e mata.’

Rodrigo Janot fez críticas diretas à gestão da Petrobras,  que chamou de desastrosa. Afirmou que a punição àqueles que assaltaram a empresa será firme. Comparou a corrupção a um incêndio de grandes proporções que atinge a Petrobras. E sugeriu a troca de diretores.

‘Esperam-se as reformulações cabíveis, inclusive, sem expiar ou imputar previamente culpa, a eventual substituição de sua diretoria, e trabalho colaborativo com o Ministério Público e demais órgãos de controle”, afirmou Janot.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acompanhou o discurso. Na saída, foi questionado sobre as declarações de Janot e a gravidade das suspeitas contra a Petrobras.

‘A Petrobras tem fortes indícios de corrupção, isso evidentemente acaba atingindo a empresa. E a nossa tarefa hoje é exatamente essa: de apurar, punir e afastar da empresa quem ainda não está afastado, para que nós possamos evidentemente fazer com que empresa siga seu rumo”, afirmou o ministro.

O governo não gostou do tom das declarações. A presidente Dilma Rousseff mandou que fosse feita uma defesa da atual diretoria da Petrobras e da presidente, Graça Foster. E o ministro convocou uma coletiva. Desta vez só para lembrar as medidas já tomadas pela empresa e para falar que não há suspeitas contra os diretores nas investigações.

‘Nós afirmamos e reafirmamos que não existe quaisquer indícios ou suspeitas que recaiam sobre a pessoa da atual presidente da Petrobras, Graça Foster, e os atuais diretores. Portanto não existe nenhum indicador de irregularidade eventual que tenha sido praticado pelos atuais dirigentes da Petrobras’, disse José Eduardo Cardozo.

Além de sair em defesa de diretores, o ministro anunciou que até sexta-feira (12) o governo vai escolher o chefe da nova Diretoria de Governança da Petrobras, criada após as denúncias de corrupção, e que o nome virá da iniciativa privada.
A Petrobras não se manifestou sobre as declarações do procurador-geral da República.”

Com tudo isso que estamos confirma-se a célebre frase do grande mestre Rui Barbosa, quando com a inteligência que lhe era peculiar, prognosticou que um dia "De tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." Hoje já nos sentimos envergonhados de muitas coisas que estão acontecendo diariamente no nosso país, porém, felizmente, ainda não temos vergonha de ser honestos.

Apesar da nossa extrema decepção com os Congressistas que estão aí, com algumas exceções, é claro, com gestores públicos e com certas decisões da Justiça, que não convencem a ninguém, reiteramos aqui a nossa vontade de lutar com toda a nossa força de vontade, com toda a inteligência e com toda a garra por um país melhor, mais justo e mais humano


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