quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

PETROBRAS E VALE ESTÃO MENORES DO QUE ITAÚ UNIBANCO, BRADESCO E AMBEV





             A conjuntura internacional não tem favorecido empresas como a Petrobras e a Vale do Rio Doce, que dependem em parte da venda de commodities. No caso da Petrobras, além da queda do preço do petróleo no mercado mundial, há como agravante a má administração da empresa, o controle dos preços dos combustíveis pelo Governo e os desvios de recursos, já amplamente conhecidos de todos nós brasileiros. A Vale, por sua vez, tem perdido vendas em razão do desaquecimento da economia chinesa, que há anos tem sido o principal destino da sua produção. A respeito do assunto, confiram a matéria do Jornal A Tarde encontrada no site da Uol:

“O ano de 2014 foi um divisor de águas para a Bovespa, que viu o enfraquecimento das gigantes Petrobrás e Vale, o fortalecimento dos bancos e a consolidação da Ambev como empresa mais valiosa do País. A queda no preço internacional das commodities contribuiu para que a Petrobrás perdesse 40,6% em valor de mercado nos últimos 12 meses, totalizando R$ 127,5 bilhões no fechamento de ontem, enquanto a Vale recuou 39,6%, para R$ 107,6 bilhões, de acordo com dados da Economática.

Com isso, ambas não aparecem mais entre as três maiores companhias do País, sendo ultrapassadas por Itaú Unibanco e Bradesco. Já a Ambev perdeu 5,3%, mas ainda assim fechou o ano com valor de mercado de R$ 256,7 bilhões, mantendo-se na liderança e valendo mais de duas Petrobrás.”

            Como podemos ver, a gigante Petrobras tem hoje um valor de mercado que corresponde a menos da metade do que vale a AMBEV, que no momento consolidou a sua posição como a maior empresa brasileira. É certo que a Petrobras tem sido afetada pela queda do preço do petróleo, mas sem dúvida nenhum o seu maior problema são as amarras do Governo e a corrupção. Vejam ainda o que diz o Jornal A Tarde: 

“O cenário negativo para os preços internacionais das commodities foi destaque em 2014. A economia chinesa, grande consumidora de insumos básicos, seguiu em compasso de desaquecimento e reduziu sua demanda por itens importados, como o minério de ferro, que atingiu seu menor preço em mais de cinco anos.

Outra commodity cujo preço despencou foi o petróleo, afetado pela decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de não reduzir a produção, a despeito do excesso de oferta no mercado. Ontem, na Nymex, o contrato de petróleo para fevereiro chegou a US$ 53,61 por barril, a menor cotação desde maio de 2009.

O preço das commodities em baixa fez com que a aversão ao risco tomasse conta dos mercados no Brasil, provocando a fuga dos investidores das ações da Vale e da Petrobrás. No caso da petrolífera, o movimento acabou agravado pelos escândalos de corrupção envolvendo a estatal.”

            É verdade que a queda no valor do petróleo afeta a Petrobras, mas o maior problema da companhia tem sido mesmo o Governo, que segura os preços em momentos indevidos, e ainda nomeia diretores incompetentes e corruptos para cuidar dos interesses da empresa. E vamos mais além: com a indicação de diretores para as empresas estatais por critérios políticos, não tem empresa que se sustente. A bola da vez, tudo leva a crer que será o BNDES. Banco não sobrevive emprestando dinheiro sem ponderar critérios técnicos, como nos parece que tem feito o BNDES.
 
            Como as exportações brasileiras dependem muita da venda de commodities para mercados como o da China, certamente que com a desaceleração da economia desses países, o Brasil terá ainda muitos problemas em 2015. A esse respeito fala ainda o Jornal A Tarde:           

“O preço dos insumos básicos chamou a atenção de profissionais do mercado financeiro. Em novembro, a carta mensal do gestor Luís Stuhlberger, do Credit Suisse Hedging Griffo, indicava que a queda dos preços das commodities deveria afetar o crescimento econômico do País no próximo ano. ‘Certamente, 2015 não será um ano bom. Com tantos ajustes a fazer... - desemprego em elevação, alta de juros, aumento significativo da carga tributária e alguma moderação de gastos, sem contar com os riscos de falta de energia elétrica e água e de queda nos preços de commodities (que foram tão benéficas nos "anos dourados")’, afirma o relatório.

A aversão de investidores ao risco no mercado financeiro foi acentuada pelo clima de incerteza no País, que teve um ano marcado por baixo crescimento da economia e volatilidade. Como resultado, houve maior procura por companhias consideradas resilientes. Isso fez o valor de mercado do Itaú Unibanco crescer 21,6% nos últimos 12 meses e atingir R$ 183,1 bilhões, enquanto o Bradesco avançou 13,6% e somou R$ 145,5 bilhões.

As ações dos bancos também foram beneficiadas, ao longo de 2014, pela elevação da Selic, pela alteração na metodologia do Índice Bovespa, que propiciou um aumento do peso das instituições financeiras, e pelos balanços com boas rentabilidades (ROE).

Outro papel que costuma ser procurado em períodos de aversão ao risco é o da Ambev. Em relatório, a Guide Investimentos explica que a fabricante de bebidas tem uma sólida geração de caixa mesmo em períodos desafiadores.”

            Por outro lado, muito embora o mercado seja afetado pela desaceleração da economia chinesa e de outros países, as exportações são favorecidas com a valorização do dólar ante o real, tanto que a Embraer se valorizou 30,1%, Fíbria 17,6% e a JBS 28,9%. Em 2014 perderam as empresas siderúrgicas, mas ganharam empresas como a Kroton, de Educação. A companhia teve um ganho de 138,3% em valor de mercado e terminou o ano avaliada em R$ 25,1 bilhões, mais do que empresas como Embraer e Usiminas.

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