domingo, 8 de fevereiro de 2015

CORRUPÇÃO NA PETROBRAS. R$ 220 BILHÕES DE CONTRATAÇÕES POR CARTAS-CONVITE FORAM REALIZADAS ENTRE 2003 E 2013



            A desonestidade no Brasil é assustadora. Não é possível imaginarmos que uma modalidade de licitação, que visa agilizar contratações, transforme-se em mais um instrumento para justificar a roubalheira da Petrobras. Hoje nós todos estamos assustados com o que vem sendo revelado em relação aos desvios da Petrobras, mas ninguém nos garante que outras falcatruas não estão acontecendo noutras empresas estatais, como BNDES, Caixa Econômica Federal ou Banco do Brasil, por exemplo. Tudo é possível.

            No que diz respeito aos financiamentos do BNDES, existem fortes indícios de que algo de errado pode ter acontecido por lá. Tomara que os prejuízos para os cofres públicos não sejam de iguais envergaduras dos que aconteceram na Petrobras. Sobre as contratações da Petrobras pela modalidade carta-convite, confiram matéria encontrada no site do Jornal Diário do Nordeste:           

“O instrumento de carta-convite, que evita licitações, foi muito utilizado no período em que Paulo Roberto Costa e Renato Duque eram diretores da Petrobras. Por convite, R$ 220 bilhões em contratos foram disputados por um grupo de empreiteiras, o que representa 61% de todas as compras feitas pela companhia entre 2003 e 2013, período investigado pela Operação Lava Jato. O levantamento consta de reportagem do jornal O Globo.

O modelo respondia por 8% dos contratos em 2004, no ano seguinte passou para 60% e em 2009 chegou a 76%. O patamar começou a cair com a saída dos dois ex-diretores em 2012, com a chegada de Graça Foster à presidência e redução do ritmo de investimentos.

O uso da licitação por convite, criada para dar agilidade à Petrobras, acabou por favorecer o cartel de empreiteiras investigadas, conforme a reportagem. As empresas envolvidas na Lava Jato que venceram licitações no período entre 2003 e 2012 por carta-convite - Consórcio Rnest-Conest (OAS e Odebrecht), UTC, Camargo Corrêa, Alumini, Galvão Engenharia e Queiroz Galvão - negaram à reportagem participar de cartel e afirmaram que seus contratos seguem a lei.”

            É por contas desses e de outros desvios que estamos pagamento hoje pelo litro da gasolina um preço muito acima do que seria normal. Enquanto o preço do petróleo despenca no mercado internacional, nós aqui no Brasil, em vez de sermos agraciados com redução dos preços, somos penalizados por aumentos que chegam a ser assustadores. São as faturas das roubalheiras que estão chegando para que as liquidemos, para evitar que a Petrobras feche as portas. É assim que as coisas funcionam aqui. Enquanto alguns medem a mão no dinheiro público, os mais sacrificados arcam com o prejuízo.    

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