domingo, 19 de julho de 2015

AGRONEGÓCIO. AGRICULTORES DO POLÍGONO DA SECA PODEM RENEGOCIAR DÍVIDAS COM DESCONTOS DE ATÉ 85%



            Os produtores rurais do semiárido nordestino, vítimas frequentes da seca, de tempos em tempos contam com um alívio do Governo Federal, tanto no que diz respeito à prorrogação dos prazos para pagamento, quanto no que diz respeito à redução do montante devida. Sempre foi assim. A respeito do assunto, vejamos notícia encontrada no site do Jornal O Povo:

“Produtores rurais têm até o final do ano para renegociar suas dívidas junto ao Banco do Nordeste. Os benefícios incluem descontos de até 85% no valor principal da dívida, prazo de pagamento de até dez anos e carência de até três anos. Para pleitear a renegociação, o cliente deve procurar sua agência de relacionamento do Banco do Nordeste, verificar o enquadramento da operação e formalizar a adesão.

O Banco do Nordeste já recuperou mais de R$ 1,4 bilhão, com base nos instrumentos legais de renegociação de dívidas. Já são mais de 90 mil clientes beneficiados. No Ceará, mais de 12 mil produtores renegociaram as dívidas, totalizando R$  211,3 milhões.”

            Na verdade, muito embora seja importante a preocupação dos nossos governantes com a permanência do homem no campo, não sabemos até que ponto vale a pena insistir com a prática da agricultura tradicional, como a de milho e de feijão, na região do semiárido nordestino. Entendemos que o Governo precisa investir e incentivar o cultivo de culturas irrigadas, como já faz hoje em alguns pólos de irrigação, com excelentes resultados. Do contrário, joga-se muito dinheiro fora, e essa realidade nunca muda. E o semiárido nordestino não pode ficar eternamente à mercê dessa política de favores do Governo. Diz ainda o Jornal O Povo:

“Em paralelo às renegociações, o Banco também suspendeu, até 31 de dezembro deste ano, ações de cobrança judicial das operações em situação de atraso que podem ser enquadradas na Lei 12.844, estando suspensos atualmente mais de 49 mil processos. No Ceará, foram suspensas 5.458 mil destas ações.”

              Se o Governo Federal desse-se ao trabalho de fazer um levantamento dos recursos que já foram desperdiçados no semiárido nordestino nos últimos cinquenta anos, certamente concluiria que seria bem mais viável investir em obras como a do canal de transposição das águas do Rio São Francisco do que financiar agricultura que não oferece nenhum retorno. Resta saber se de fato a intenção do Governo é viabilizar o semiárido nordestino, ou se tão somente deseja continuar com essa política de favores como meio de eternizar os currais eleitorais, como sempre se fez.
 

Nenhum comentário: